quarta-feira, 27 de abril de 2011

Objectos de culto

Tenho para mim que um guarda-jóias é uma espécie de cruzamento de caixinha de surpresas com baú do tesouro.
Não que goste especialmente de jóias porque não gosto, prefiro mil vezes encontrar "um" diamante em bruto na natureza do que tê-lo lapidado (delapidado) a adornar um anel no dedo ou em qualquer outro enfeite.
Gosto das "jóias" cujo o valor reside no trabalho criativo, na escolha e trabalho do material, na conjugação de cores e diferentes materiais, na reciclagem e no esforço para transformar uma coisa em outra.
Mas um guada-jóias encerra em si algo de misterioso. Saber que existe um guarda-jóias é saber que existe um mapa do tesouro.

Quando nos falam em guarda-jóias, a imagem que nos surge é a de uma pequena caixa de madeira ou porcelana, em cima da uma cómoda (ou toucador) e ás vezes, com música. Não nos passa pela cabeça nenhuma outra ideia.

Gostaria de partilhar convosco algo de muito especial.

Algo de 1,20 m de altura por 50 cm de largura, e 30 cm de profundidade.
A mais recente obra encomendada ao Pedro.
Sim, é simultaneamente um mapa e um tesouro.
É um objecto de veneração onde a senhora que o adquiriu vai poder encontrar sempre e imediatamente, o tal anel da pedra azul que o marido lhe ofereceu no 2º aniversário de casamento (há 15 anos), os brincos que combinam com o vestido branco de seda, o relógio que herdou na tia-avó, os dois ou três colares de pérolas de diferentes tamanhos, a pulseira verde, o que quer que seja, sem ter que se enfiar num buraco qualquer e correr todas as caixas empilhadas no fundo do armário, sem pressas, sem  o stress de ter que desemaranhar dois colares que se enrolaram nas pulseiras e nos brincos e, principalmente, sem desistir de usar determinado conjunto porque não encontra um dos brincos (eu sei, o cenário é caótico).
Um pequeno mundo ordenado onde é possível guardar uma imensidão de desejos.
Tudo, tudo foi pensado ao pormenor. Gavetas com diferentes divisórias para acomodar peças de diferentes tamanhos. Portas laterais também a pensar em cintos, espaço amplo em baixo para caixas ou chapéus.
Digam lá, haverá algo melhor?
Ah, se a inveja matasse!...








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